30/09/2010

Entrevista ao Jornal A Tarde - Salvador

Entrevista para a matéria sobre comidas publicada no jornal A Tarde, de Salvador / Bahia.

A idéia é abordar a alimentação e cuidados que devem ser tomados para o consumo consciente de alimentos crus.

Jornalista: Fabiana Mascarenhas



Entrevista com Dr. Alberto Gonzalez

1. Quais as vantagens de se consumir se alimentar de vegetais e frutas cruas?

As sociedades médicas britânica e belga já consideram a dieta vegetariana como medicinal. E este conceito já conquista sociedades médicas de outros países.

É questão de tempo para que esta forma de alimentação seja considerada medicinal por todas as sociedades médicas do planeta, inclusive a brasileira.

A alimentação viva era preconizada por Hipócrates, o pai da medicina ocidental. Ele dizia que " a Natureza é quem cura, sendo o médico apenas um assistente da Natureza".

Se pesquisarmos artigos científicos recentes nesta área do conhecimento, veremos que a cada dia aumentam as publicações que dão suporte e segurança para a alimentação vegetariana em geral, seja na promoção de saúde, seja na terapêutica das doenças. Por ser altamente hipocalórica, enzimática e mineralizada, a dieta de vegetais vivos e orgãnicos promove uma reestruturação do epitélio digestivo e das funções pancreática e hepática, além de adequada absorção e motilidade intestinal.

A ingesta de vegetais crus dá também suporte à microbiota (flora) intestinal. Ao substituir as bactérias altamente patogênicas - estimuladas pela alimentação contemporânea - por lactobacilos e bifidobactérias, presentes em abundância na seiva de frutas e verduras orgânicas, uma verdadeira transformação toma lugar em todos os níveis do organismo.

Ocorrem efeitos flagrantes ao nível neurológico e psíquico, imunitário, inflamatório, cardiovascular, endócrino e osteo-muscular. O sangue equilibra-se, tornando-se menos viscoso e tamponando variações iônicas, de glicose e pH.

A dieta contemporânea estrutura-se sobre o trinômio açúcares-farináceos-gordura industrial, que resume-se por amidos e carne industrializada cozidos ou fritos, "empurrados" por farta quantidade de refrigerantes e doces. Esta dieta "empaca" a digestão e desequilibra o metabolismo.

O resultado é o que estamos observando: obesidade em populações de baixa renda, crianças alérgicas e diabéticas, níveis cada vez mais altos de doenças cardiovasculares e degenerativas tal como o câncer, em uma faixa etária cada vez mais jovem. Em meu consultório e também junto ao Programa de Saúde da Família, o objetivo principal é afastar a população atendida deste trinômio mórbido.

2. Carnes e peixes também devem ser comidos crus? Dizem que fãs de carpaccio, kibe cru ou sushi, correm um risco maior de contaminação por bactérias ao ingerir esses alimentos, sobretudo, quando não se conhece a procedência dos produtos. Pesquisadores da Universidade de Brasília, por exemplo, detectaram em um estudo altos níveis de coliformes fecais e chumbo em algumas amostras de sushis e sashimis em oito restaurantes de Brasília. Quais as recomendações para evitar possíveis riscos?

Alimentar-se de carne é usufruir das proteínas acumuladas pelo animal herbívoro, ave ou pescado.

Grande parte da carne comercializada é produzida artificialmente, quer dizer, dando vida artificial aos animais, que são criados em cativeiro como meros objetos produtores de proteína. Desta forma ingere-se, além da proteína acumulada, pesticidas, antibióticos, metais pesados, corticóides e diversas outras substâncias aplicadas na engorda artificial do animal, todas elas - lamentávelmente - também acumuladas.

Por outro lado, é flagrante a contaminação por microorganismos, principalmente no Brasil, onde metade dos matadouros é clandestina.

A carne mistura-se às fezes evacuadas no desespero da antecipação da morte pelo animal.

A presença de coliformes (bactérias fecais) é maciça. Se considerarmos a morte de centenas de pessoas em Seattle, EUA, após a ingesta de hambúrgueres da rede "Burger King" pela letal Escherichia Coli H527, o mal da vaca louca, a gripe aviária e centenas de tipos de contaminações seguidas de intoxicação e morte dos consumidores de carne contaminada, nos afastaremos por definitivo desta forma inapropriada de dieta.

Se ingerirmos comida morta, ela nos matará. Mas se ingerirmos alimento vivo, o mesmo nos vivificará.

As bactérias existem para degradar máteria desvitalizada, por isto prevalecem na dieta cozida. Os macrobióticos, por exemplo, nunca "requentam" um prato préviamente cozido e privilegiam alimentos orgânicos.

O alimento vegetal vivo é práticamente isento de microorganismos pela presença de agentes bacteriostáticos e antioxidativos presentes na própria estrutura da planta.

Prato vegano: 500 bactérias patogênicas X prato padrão contemporâneo 1.000.000.000 bactérias patogênicas (Fungalbionics, Constantini e cols., 1994).

Alimentar-se de "quentinhas" e "self-services" é uma espécie de roleta-russa.

A dieta contemporânea também não dá suporte ao ambiente, criando exércitos de excluídos do campo, favorecendo as monoculturas extensivas à pequena produção rural, privilegiando organismos genéticamente modificados e uso de pesticidas aos métodos orgânicos amigáveis ao solo.

A maior causa de desmatamento da Amazônia é a expansão de pastos para gado de corte ou a produção de grãos para forragem deste mesmo gado.

3. O consumo de alimentos crus seria uma forma de garantir o aproveitamento máximo dos nutrientes.

Qual o máximo de aquecimento ao qual os "alimentos vivos" (crus) podem ser submetidos?

A partir de 60 graus centígrados, começam a alterar-se as estruturas moleculares. Ao elevar-se mais a temperatura, proteínas desnaturam-se, enzimas perdem a atividade, ácidos graxos poliinsaturados hidrogenam-se e fitonutrientes antioxidantes desaparecem. Todos estes nutrientes são considerados essenciais pela nutracêutica, moderno ramo da ciência.

Na alimentação hiper-aquecida, ao atingirem-se os 100 graus centígrados, 50% das proteínas desnaturam-se e valores próximos a 100% são observados para as vitaminas do complexo B. As vitaminas em geral perdem os complexos moleculares que garantem o sinergismo e máxima absorção.

4. Muitas pessoas se queixam que adotar uma alimentação mais natural tem um custo mais elevado do que a alimentação tradicional. A dieta do crudicismo é para as camadas mais favorecidas da sociedade?

Existem dietas de baixa, média e alta renda, na alimentação contemporânea. A alimentação viva não foge à regra.

No Programa de Saúde da Família, duas comunidades de caráter misto rural/urbano receberão o ensino do preparo do "suco verde" ou "leite da terra", feito com verduras orgânicas produzidas pelas próprias comunidades. Objetiva-se, através deste suplemento, melhoria da saúde, redução do uso de medicamentos e ganhos de renda, obtidos pela comercialização do excedente das hortas.

Não objetivamos um modelo paternalista e filantrópico, mas auto-sustentável, com reflexos na saúde do homem e da comunidade e no uso apropriado da terra.

5. Há situações em que o cozimento pode aumentar a absorção de nutrientes pelo organismo. É o caso de leguminosas como feijão, soja e lentilha, ricos em substâncias que atrapalham a absorção de minerais. O problema não estaria em cozinhá-lo demais? Alguns nutricionistas afirmam que o cozimento em si não destrói necessariamente os nutrientes. O calor prolongado, sim.

Em nossas oficinas culinárias, ministramos aulas de germinação de sementes, em especial leguminosas. As lentilhas, por exemplo, germinam de forma rápida e excepcional, e passam a ter o sabor de um milho verde bem fresco. São fácilmente digeríveis e absorvíveis, apresentando além do sabor mineralizado e suculento um alto teor de nutrientes, em especial ferro e proteínas.

Todos os grãos e sementes potencializam-se e tornam-se biodisponíveis com a germinação.

Grão de bico germinado é muito adocicado, devendo ser ingerido com temperos amargos, tais como hortelã ou manjericão. Soja e amendoim germinados eu recomendo com restrições, por motivos distintos, respectivamente, indigestibilidade e contaminação por fungos.

Germinamos também cereais. No trigo germinado, por exemplo, reduzem-se os níveis de glúten.

6. Para os ayurvédicos, comer está relacionado à eliminação de toxinas. Tudo o que entra deve sair do corpo para que nele não sobrem restos de comida se decompondo. Pelo fato de serem de lenta digestão, os alimentos crus não são bem-vindos. O que acha desse conceito?

Sim, eles denominam este processo de "panchakarma", ou seja "limpeza dos canais energéticos".

A dieta ayurvedica original é viva. A Medicina Ayurveda denomina os alimentos vivos de satvicos, ou seja, que promovem desintoxicação e elevação espiritual. Para o equilíbrio dos doshas, diferentes formas de constituição biológica, deve-se individualizar o padrão alimentar.

O cozimento maciço na Índia moderna é recente, e resultado de uma aculturação ocorrida nos quatro cantos do planeta. Isto ocorreu devido à hegemonia da "Teoria do germe" do Dr. Louis Pasteur, em detrimento da "Teoria do terreno biológico" proposta pelos Drs. Antoine Bèchamp e Claude Bernard, ainda no século XIX.

O hiper-aquecimento e a pasteurização tornaram-se quase que obrigatórios.

A alimentação viva é a dieta original do homem e de todos os outros seres do planeta.

No início do século XX não havia sequer treinamento médico para a reversão de infartos do miocárdio, tal a raridade destes eventos. Hoje os ataques cardíacos e outras falências cardiovasculares são os maiores responsáveis pela mortalidade e morbidade nos Estados Unidos e no Brasil.

7. Segundo alguns nutricionistas, a dieta crudicista também pode implicar em alguns problemas. As duas principais patologias que podem afetar seus seguidores é a anemia por carência de vitamina B12 (esta vitamina só existe no reino animal) e a desnutrição protéica que poderá levar a patologias como o pseudo-parkinsonismo, lesões do sistema nervoso central além de uma infinidade de doenças carenciais.

Em dez anos como cirurgião e endoscopista só vi quatro casos de anemia perniciosa, dois no Brasil e dois na Alemanha. Eram devidos à não produção de fator intrínseco pelas células principais da mucosa gástrica. A inexistência deste fator impede a absorção da vitamina B12 pelo intestino delgado.

É raríssima a apresentação de anemia perniciosa por exclusiva deficiência nutricional. Curiosamente, esta hipovitaminose é mais comum em onívoros (que comem de tudo) que nos vegetarianos.

A carne acumula a vitamina B12, obtida pacífica e pacientemente pelos herbívoros. Mas lembremos que o cozimento da carne destrói por completo esta vitamina e seus coadjuvantes, como a biotina e o ácido fólico (dados do Instituto Max-Planck de Nutrição, Alemanha).

Entre os vegetarianos, a maior causa de queda de B12 é dieta mal equilibrada, que não supra as bactérias intestinais benéficas. Às vezes prescrevo suplemento de B12 somado às medidas exclusivamente culinárias. Este é aliás o único suplemento requerido por um vegetariano.

Os maiores produtores de B12 são os organismos homeostáticos do solo, notadamente os lactobacilos presentes no intestino de animais herbívoros. Nós também podemos manter populações de bactérias produtoras de B12 em nossos intestinos.

A alimentação viva inclui os probióticos produzidos através de cereais, sementes e hortaliças fermentados. É uma nutrição bacteriana.

O vegetariano pode alimentar-se adeqüadamente de proteínas na dieta, através de frutas, cereais, raízes, leguminosas, sementes, castanhas e hortaliças.

Existem inúmeros atletas de nível olímpico que são vegetarianos.

8. Segundo os princípios da medicina chinesa, no inverno o corpo necessita de comida quente, pois a ingestão de alimentos crus resfria ainda mais o corpo. Já no verão, o corpo necessita de alimentação mais fria, então os alimentos crus seriam adequados.

O alimento que aquece a célula não necessita estar cozido na panela.

O leite de gergelim, o queijo de girassol ou o chocolate de abacate são alimentos vivos altamente calóricos, mas fornecem estas calorias através de gorduras leves e proteínas, reduzindo os açúcares e amidos e a conseqüente necessidade da produção de insulina pelo pâncreas.

No inverno tornou-se hábito comer amido e acúcar em excesso, contribuindo para a hiperinsulinemia, dislipidemia e obesidade prevalentes neste período.

Meus pacientes e aprendizes de culinária mantém-se bem aquecidos no inverno, alimentando-se de sementes oleaginosas e fazendo pratos ditos "amornados", oferecidos a uma temperatura quente, mas que não queima a língua.

No verão preparamos hortaliças através de cozimento mecânico ou fermentativo e comemos muitas frutas. É uma alimentação nutritiva e refrescante.

9. Sobre a necessidade de uma alimentação equilibrada, como pregam alguns nutricionistas, com uma proporção adequada de carboidratos (açúcares), lipídios (gorduras) e proteínas. O que o senhor tem a dizer?

A alimentação viva é mineralizada e oferece enzimas, antioxidantes e óleos essenciais. A queima apropriada de combustíveis celulares é obtida a partir de uma predominância de lipídios e proteínas saudáveis, mantendo níveis baixos de carboidratos.

A dieta hipocalórica é chave para o rejuvenescimento celular, prevenção do câncer e longevidade.

10. Há alguma pergunta ou assunto que eu não tenha abordado que o senhor queira comentar?

Ufa! Tem sim, mas acho que já ficou longo demais... deixemos para um "segundo e terceiro capítulos"

Obrigada!

Shalom... Paz seja convosco

Fonte: Jornal 'A tarde de Salvador'

28/09/2010

Salada de abacate com tofu

Salada de abacate com tofú

Ingredientes:
abacate, tofú e temperos

Preparo:
corte abacate e tofú em pedaços e tempere, pronto!

27/09/2010

Simpósio sobre doenças Intestinais em SP


III International Thiopurine Symposium

01/10 14:00 hs
Inflammatory bowel disease: perspectives of natural probiotic management
 Alberto P Gonzalez (BR)


Hospital Alemão Oswaldo Cruz – Building B - 14º floor

Rua João Julião, 331 – Paraíso
CEP: 01323-903 -São Paulo – SP – Brasil

Informações: aqui

26/09/2010

Leite de castanhas

Ingredientes:
castanhas
água (pode usar água de coco)

Preparo:
bater tudo em um liquidificador e depois coar com um coador de voal. Pronto!

24/09/2010

Um dia de paz 25/09 - Ibirapuera/SP

Um dia de Paz

25/09/10 das 10:00hs as 17:00 hs Local: Parque do Ibirapuera

Entrada Franca

As 11:00 hs =>Os 7 níveis da Paz dos Essênios com Dr. Alberto

O Sete Niveis da Paz dos Essênios. Como incorporá-los, vivê- los e aplicá-los nos dias de hoje. Todos os homens devem procurar pela paz dentro de si, em suas células, mentes, famílias e comunidades. Saúde e paz são as asas da mesma pomba sagrada. A paz começa no momento da refeição, na maneira como absorvemos os alimentos e pela qualidade destes alimentos. Alberto Gonzalez é médico formado pela Universidade de Brasília, com doutorado na Universidade de Munique, Alemanha. Professor e pesquisador licenciado de Fisiologia do Curso de Medicina na UERJ e Fiocruz. Coordenador do Programa Oficina da Semente no Rio de Janeiro, Campos do Jordão, Osasco e agora Capão Bonito. Coordenador do Curso de Extansão Bases Fisiológicas da Terapêutica Natural. Autor do livro “Lugar de Médico é na Cozinha.”

Lugar de médico é na Ceagesp

Lugar de médico é na Ceagesp

Afirmação é do pesquisador responsável por popularizar as bases fisiológicas da terapêutica natural e da alimentação viva no Brasil

Doutor pela conceituada Universidade Ludwig Maximilian, de Munique, Alemanha, Alberto Peribanez Gonzalez é uma das principais referências em alimentos vivos em atuação no país.

Especialista em nutracêutica, ou seja, nas propriedades curativas e benéficas das substâncias naturais, o médico conduz um pioneiro projeto no município de Osasco, na Grande São Paulo, que visa educar e ensinar a população a preparar todas as refeições com ingredientes 100% vivos, inclusive as sobremesas.

Conceitualmente, os alimentos vivos são vegetais crus que não passam por cozimento ou processos de industrialização, assegurando todas as suas propriedades nutricionais e, nesse contexto, a culinária viva garante a preservação da saúde e previne doenças.

O difícil, entretanto, é tornar atrativo esse tipo de alimentação ao paladar da maioria dos brasileiros.

Pensando nisso, dr. Gonzalez, autor de mais de cem artigos científicos sobre o tema, publicou o livro Lugar de médico é na cozinha (Editora Alaúde), no qual reeduca os leitores com dicas e receitas de dar água na boca.

Ao caminhar recentemente pelos corredores do varejão do MLP (Mercado Livre do Produtor) com a reportagem do Jornal Entreposto, o pesquisador salientou que lugar de médico também é na Ceagesp e “no meio do povo, ensinando e conscientizando”.

Dr. Gonzalez também é um ativo defensor da extinção dos pesticidas e herbicidas. Ele acredita que um dia a sociedade vai derrubar a “ditadura do agrotóxico”. E, para que isso se realize, ele diz que é necessário, antes de tudo, conscientizar as pessoas do mal que fazem a si quando consomem alimentos cultivados com as substâncias do gênero. Ao som de Shimshai, músico americano que participa de todos os festivais de alimentos vivos dos Estados Unidos, o ‘médico verdureiro’ conversou com a redação do JE, visitou o varejão e aproveitou para comprar os ingredientes da caldeirada de frutos do mato e do famoso suco verde.

Jornal Entreposto – Por que o senhor crê na possibilidade de vivermos num mundo sem agroquímicos?

Alberto Gonzalez - O próprio produtor que distribui na Ceagesp já está mudando o jeito de produzir e reduzindo a quantidade de agrotóxico. Estamos usando cada vez mais técnicas de agricultura biodinâmica.

Tudo isso para chegar ao completo uso do orgânico, objetivo do meu trabalho, que não se resume somente à medicina. O projeto que eu conduzo na cidade de Osasco embora seja uma ação de âmbito municipal, é voltado à população paulista em geral.

JE – Este projeto já foi implantado no SUS [Sistema Único de Saúde]?

Gonzalez – Ainda não existe uma implantação direta no SUS, mas temos uma firma de caráter privado, com viés público, denominada Oficina da Semente. Trata-se de uma empresa de consultoria municipal, com a intenção de qualificar os profissionais da área da saúde, para a promoção da qualidade de vida e prevenção de doenças. Osasco é o piloto desse projeto. Trabalhamos atualmente no Parque Chico Mendes. O atendimento é individual, porem, só são consultados os pacientes que fizeram as quatro aulas sobre o açúcar, o amido, o alimento orgânico, suco verde e, finalmente, a aula sobre alimentação de reforço, que é o almoço no qual falamos sobre como preparar verduras cruas e quentes para comer com o tradicional arroz com feijão.

JE – Como tornar esse tipo de alimento atrativo para o público brasileiro, que não tem o hábito de consumi-los?

Gonzalez – O doce é muito atrativo para o paladar porque ele vem desde a nossa infância, lembra aniversário, reunião de família. Mas evoluimos para um doce composto de fruta crua, não processada. Nós podemos fazer uma mousse de maracujá usando a manga para dar o volume e o maracujá para dar sabor.

Joga-se linhaça para engrossar e, com isso, faz-se a consistência da mousse. Esse é um dos exemplos de receitas para tornar o alimento vivo atrativo, para seduzir o paladar da população. O alimento vivo é mais saboroso que o alimento cozido. É engraçado quando as pessoas aprendem um prato que se chama caldeirada de frutos do mato. A intenção do livro não é promover receitas. Nós mostramos o método de funcionamento, como preparar o alimento e, por fim, damos dicas de receitas. A partir daí, a pessoa é estimulada a exercer sua própria criatividade. No curso em Osasco, existe uma quinta aula chamada almoço de família, na qual os que assistiram ao curso preparam o próprio almoço. Às vezes, são 100 pessoas preparando juntas a refeição.

JE – Até quantos graus podemos cozinhar os alimentos sem que suas propriedades nutricionais sejam alteradas?

Gonzalez – Algumas substâncias, como enzimas e antioxidantes que atuam no nível da temperatura corporal, são ativadas a uma temperatura de 40ºC, que é a temperatura da febre. Por que o corpo tem febre? Porque a febre ativa essas moléculas e todo o sistema imunológico se acelera para tentar debelar uma certa doença. O ideal é comer verduras, legumes e hortaliças crus. A abobrinha, a mandioquinha e até a batata podemos prepará-las em baixíssimo cozimento, no vapor. Assim, conseguimos poupar alguns nutrientes, mas os antioxidantes se perdem. No cerne da hortaliça pode ser que a temperatura não chegue a esse nível e as propriedades nutricionais sejam mantidas.

JE – As cores dos alimentos influenciam na dieta de alimentos vivos?

Gonzalez – Quando trabalho com crianças, eu cubro todo o material com um pano e pergunto para elas se elas acham que podemos comer arco-íris. Claro que elas dizem que não. Aí, eu puxo esse lençol e coloco todas as frutas e hortaliças separadas por cores, e juntos nós preparamos os alimentos e comemos o arco-íris. Cada cor do arco-íris corresponde a um determinado nutracêutico. Por exemplo, o caroteno é um nutracêutico. Ele é anticâncer, antioxidante, é bom para a pele. O caroteno é laranja. Isso se deve à transferência da luz solar para dentro do reino vegetal, uma característica das plantas. O reino vegetal é luz do sol condensada. O que está sendo vendido na Ceagesp é luz do sol condensada. As plantas são especialistas em captá-la e transformá-la em matéria. E o homem transforma essa matéria retirando seus nutrientes. Por ignorância quanto à lei da natureza, o homem estraga o alimento. Quando se faz uma compota de pêssego, estragamos esse pêssego. Que me desculpem os produtores de compota. A compota de pêssego é açúcar, e não mais pêssego. Já perdeu todos os nutrientes. O alimento, quando vem de uma planta, ele está acompanhado de uma falange de antioxidantes que são afins e atuam sinergicamente.

Quando você come uma cenoura crua, você ingere o caroteno, mas o caroteno sozinho não faz nada. Quem atua junto com o caroteno é o complexo carotenóide. Por isso, na Ceagesp vende-se prevenção do câncer.

Todas as folhas que se vendem aqui são riquíssimas em ácido fólico. Quando se cozinha ou se processa a folha, perde-se o ácido fólico. Portanto, ensinamos a preparação do suco verde, que é todo feito de hortaliças cruas e folhas. Nós também ensinamos a produzir essas hortaliças no domicílio, que é uma forma de ter alimentos orgânicos produzidos em casa.

Como o suco verde é coado, essa fração de celulose peluda da folha da abóbora e do chuchu, que é muito ingrato para a gente digerir, não vai embora. Fica tudo no suco e só recebemos os nutrientes de altíssimo valor biológico das folhas. Um fato muito importante é que as folhas são fornecedoras de proteína.

JE – Mas esse fato pode ser contestável.

Gonzalez – O Instituto de Pesquisa Nutricional Max Planck, da Alemanha, detectou que os aminoácidos, as vitaminas presentes no reino vegetal folhoso e outros, são hidrossolúveis. Quando você toma um suco verde, recebe proteína solúvel em água que vai se incorporar na célula. O que explica o fato de um gorila enorme, de quase uma tonelada, comer só folha? É aí que entra o assunto da biodinâmica, que eu quero transmitir para todos da Ceagesp, dizendo para todos investirem no orgânico. Não precisa ser radical, mas invistam na redução da utilização dos agrotóxicos. Do mesmo jeito que tem dependente de droga, os agricultores estão dependentes dos agrotóxicos. Eles acham que não conseguem mais plantar sem agroquímicos. Mas existe sim como plantar sem pesticidas, mesmo em grande escala. Basta que algumas medidas sejam tomadas.

Eu estive na Alemanha recentemente e vi produtores em áreas pequenas, produzindo grandes quantidades de orgânicos belíssimos e fazendo rotação de canteiros. Então, é tudo uma questão de técnica. Lá, todo investimento contra pragas é feito no solo. É uma técnica muito impressionante. Portanto, os produtores brasileiros têm de se preparar. A opinião pública está mudando. Os agrotóxicos são um veneno, sim, e são acumulativos. Causam um estrago muito grande no sistema nervoso central. Temos de reduzir a produção em larga escala. Acredito que um dia veremos alimentos orgânicos produzidos em escala. Se queremos ter cidadãos urbanos sadios em nosso país, é importante que eles aprendam a consumir verduras idem, que foram plantadas em terrenos sadios. Hoje, existe a ditadura do agrotóxico, que deixa o agricultor dependente.

JE – O senhor visita a Ceagesp frequentemente?

Gonzalez – Quando eu morava no Rio, eu freqüentava muito a Cadeg (Centro de Abastecimento e Distribuição do Estado da Guanabara). Eu adoro o clima dos entrepostos. Agora, que estou em São Paulo, já vim à Ceagesp algumas vezes e o clima aqui é o mesmo. Isso é gigantesco e aqui temos o maior mercado do Brasil. Eu me sinto encantado pela profusão de cores, de alimentos, de frutas diferentes. Eu descobri aqui frutas que eu nunca tinha ouvido falar. É muito gratificante e estimulante visitar o entreposto de São Paulo. E estou adorando, porque já fiquei sabendo que existem boxes de orgânicos e espero que isto vire regra.

JE – Documentos como a Carta da Terra já estimulam essa de postura em relação ao que comemos?

Gonzalez – Penso que ela deve ser mais que um documento ou um discurso favorável. Isso deve atingir as pessoas no pensamento. E, agindo, nós conseguimos atingi-las. Discursar que estamos comendo muito mal é diferente de chegar e fazer uma mousse saudável na hora, na frente de todos e dar para as pessoas experimentarem. Lugar de médico não é apenas na cozinha. Lugar de médico é na Ceagesp, no meio do povo, educando, ensinando.

JE – Para finalizar, frutas secas podem ser consideradas alimentos vivos?

Gonzalez – Esses alimentos não são biogênicos. Não são 100% vivos, mas contém os antioxidantes. O importante é saber como desidratar. Por isso, nós usamos hoje desidratadores caseiros.

23/09/2010

Salada de mamão verde

Ingredientes:
mamão verde, algas, temperos e tomate

Preparo:
corte o mamão em tiras e tempere, pronto!

22/09/2010

Almoço de familia

Quando termina o Curso lá no Parque Chico Mendes, acontece a 5a. aula: almoço em familia, nessa aula o Dr. Alberto resume todo o curso com os pontos principais e depois cada aluno prepara um prato vivo. O banquete vira um nutritivo almoço!

21/09/2010

Chocolate de abacate

Chocolate de Abacate com pimenta

Ingredientes:
abacate
pimenta
missô
cacau em pó
tamaras ( hidratadas)
castanha do pará

Preparo:
bata tudo no liquidificador e pronto!

20/09/2010

Amarelinho

Ingredientes:
carambola, água de coco e laranja

Preparo: 
bater tudo em um liquidificador.

17/09/2010

Fim de semana com Dr. Alberto em Porto Alegre

Fim de semana com Dr. Alberto em Porto Alegre


Oficina Culinária

SÁBADO dia 18 de setembro, das 9 às 13h, no Espaço Gourmet Blueville, Rua Cristóvão Colombo, 3309, Higienópolis

http://www.blueville.com.br/outras/confraria.asp

Palestra sobre Diabetes

DOMINGO dia 19 de setembro das 10 às 11 h no CONGRESSO VEGETARIANO BRASILEIRO, no SESC Campestre de Porto Alegre, Protasio Alves

http://www.svb.org.br/3cvb/

15/09/2010

16/09 a 19/09 - Congresso Vegetariano







16/09 a 19/09 - Congresso Vegetariano

Sesc Campestre (Porto Alegre - RS)



Dúvidas sobre o congresso?
telefones:(51) 3231 8674 -  (51) 3231 8674

14/09/2010

Curso de alimentação e saúde

CURSO DE ALIMENTAÇÃO E SAÚDE


O programa será ministrado em 8 aulas e abordará os seguintes conteúdos: I) desgrudando do açúcar, II) pão dos essênios, III) leite da terra, IV) caldeirada de frutos do mato, V) almoço de família, VI) leites e queijos de castanhas, VII) bebidas e alimentos fermentados

Professor Alberto P. Gonzalez

CRONOGRAMA DO CURSO:

Turmas: 23/09/2010 e 30/09/2010 , das 8h30 às 14h30

Local: Parque Chico Mendes - Av. Praia Grande, 1.400 – City Bussocaba

Taxa de inscrição R$ 40,00

Livro Lugar de Médico é na Cozinha vendido com desconto de 20%

CONDENSÁBADO

Turma 1: sábado das 8h30 às 16h30 - DIA 23 DE OUTUBRO DE 2010.
Turma 2: sábado das 8h30 às 16h30 - DIA 27 DE NOVEMBRO DE 2010


As Inscrições para os cursos podem ser realizadas de 2ª a 6ª feira, das 8h às 17h, na Sala Verde do Parque Chico Mendes, localizado à Av. Praia Grande, 1.400 – City Bussocaba - Osasco/SP. Informações pelo telefone: 3591-1828 - Falar com Marta.

13/09/2010

Entrevista ao Estadão 28/06/09

Alimento vivo? Não se trata de minhocas, formigas nem de outros bichos. Mas, sim, de um programa que investe na prevenção de doenças por meio de uma alimentação baseada no consumo de frutas, legumes e verduras crus - ou, no máximo, amornados. Cereais, leguminosas e sementes germinadas também são valorizados na preparação de pratos e sucos.

Em vez de cozinhá-los, o segredo é colocá-los de molho na água até que brotem. Podem ser considerados "alimentos vivos" porque, sem a exposição a altas temperaturas, suas propriedades nutricionais são mantidas. Mais: germinar grãos e sementes potencializa suas propriedades, tornando-as poderosas fontes de vitaminas do tipo C, B, A e E.

É o que explica um dos principais divulgadores da alimentação viva, o médico e cirurgião Alberto Peribanez Gonzalez, pesquisador e especialista em microcirculação e fisiologia de órgãos e sistemas. Diante de um grupo de cerca de 30 mulheres e alguns poucos homens, ele ensina em quatro aulas gratuitas os macetes da cozinha saudável.

"Não é uma nova dieta, nem regime, mas sim uma culinária que se transforma em uma forma de viver", avisa o autor do livro Lugar de Médico é na Cozinha, que passou por atualização e foi reeditado no ano passado pela Alaúde Editorial. O "curso" faz parte do projeto Oficina da Semente, idealizado por Gonzalez, com apoio da prefeitura de Osasco.

"A Oficina da Semente germinou no Rio de Janeiro, cresceu em Campos do Jordão e tornou-se flor em Osasco, mas em breve passa a ter âmbito nacional", conta Gonzalez. Pela primeira vez, paulistanos têm acesso ao projeto Alimento Vivo, que por anos ficou concentrado em Campos do Jordão, onde está a sede da Oficina da Semente. Lá, o médico atuou no Programa de Atenção Básica de Saúde da Família da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Em Osasco, entre aulas práticas e teóricas, os participantes descobrem que o alimento cozido perde seus nutrientes. "Enzimas, biomoduladores e antioxidantes são destruídos pelo fogo", explica Gonzalez, de 48 anos. "Já em um prato amornado, as bactérias naturais e benéficas não são degradadas, aumentando a concentração de fitonutrientes e de agentes antioxidantes."

O segredo para manter a temperatura correta na preparação dos pratos é cozinhar com as mãos, em panela de barro ou de ferro. Ao sentir o primeiro sinal de calor excessivo, é hora de desligar o fogo - que deve estar baixíssimo.

Aprender a germinar grãos de trigo, centeio, aveia, lentilhas, feijão, girassol, etc, é o outro fator essencial da alimentação viva. Pode parecer complicado num primeiro momento, mas não é. O grão de bico, por exemplo, após ser germinado, fica tão molinho que rende um homus (pasta árabe), sem necessidade de ser levado ao fogão.
Uma das receitas mais divulgadas por Gonzalez é o suco verde, uma poderosa fonte de nutrientes e antioxidantes. Deve ser tomado todos os dias em jejum, antes do café da manhã (confira receita). "Comecei a prepará-lo diariamente, porque tenho um irmão de 49 anos cardíaco, hipertenso e diabético", conta a atriz Silvana Belizario, de 37. "Em três meses, ele recuperou 30% da sua capacidade cardíaca e eliminou três dos dez remédios que toma."

Segundo Gonzalez, a maior parte das doenças tem como pano de fundo um padrão alimentar - baseado em gorduras, amidos e açúcar - gerador de radicais livres e de alterações metabólicas que causam obesidade, hipertensão, diabetes, distúrbios do colesterol e da menopausa, câncer, artrite reumatoide e envelhecimento precoce. "Ao abandonar ou reduzir o consumo do que chamo de ração industrial contemporânea, os resultados positivos aparecem em pouco tempo", avisa o médico.
Após terminar o curso, os alunos tornam-se pacientes e são atendidos por Gonzalez no ambulatório. A partir de uma avaliação médica nos moldes tradicionais, ele prescreve uma terapia específica e acompanha os resultados. Em pouco tempo, nota-se uma redução drástica dos níveis de colesterol, hipertensão, sintoma inflamatório da artrite, obesidade, depressão, além de uma melhora da função intestinal e de um maior equilíbrio da diabete.

A professora Maristella Santos Martins, de 33 anos, começou a preparar o suco para seus filhos e marido apenas eventualmente, pois achava a tarefa trabalhosa. "Mas quando percebi que o funcionamento do meu corpo melhorou, assim como o humor, memória e vitalidade, passei a investir cada vez mais na alimentação viva, até que virou um hábito", fala.

12/09/2010

Entrevista - Mundo Verde

Por Paula Bueno - e3 Marketing & Comunicação

Há 25 anos exercendo a medicina, o dr. Alberto Peribanez Gonzalez, descobriu uma outra paixão em um curso de verão, há mais ou menos 20 anos: a nutrição. De lá pra cá muitos outros cursos, livros e mestres inspiraram o médico a desenvolver projetos e disseminar seu conhecimento sobre a importância da alimentação para a saúde.

Em sua opinião, o interesse do médico pela nutrição deveria ser natural, já que Hipócrates, pai da medicina ocidental, afirmava que a cura das doenças viria em sua maior parte através dos alimentos. Quando questionado sobre o título de seu livro, "Lugar de Médico é na Cozinha", dr. Alberto explica que é um convite à mudança cultural no enfoque da medicina.
- Quem é Alberto Peribanez Gonzalez?

Sou médico, professor e pesquisador, outrora em medicina convencional, mas agora devotado à validação científica, aplicação assistencial e divulgação docente das práticas não hegemônicas em saúde, tendo a alimentação viva como leitmotiv (do alemão, motivo condutor ou motivo de ligação).

- Há quanto tempo atua na área?

Sou formado em medicina há 25 anos, atuava na área cirúrgica e tenho o título de especialista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões. A partir de meu doutorado na Alemanha, fiz pesquisa em microcirculação durante dez anos e fui professor de fisiologia em duas universidades do Rio de Janeiro. Em janeiro deste ano completei sete anos de pesquisa e aplicação do alimento vivo na saúde.

- Em que consiste o curso "Bases Fisiológicas da Terapêutica Natural e Alimentação Viva"?

É um curso médico, que revisa a fisiologia à luz de novos conhecimentos científicos, permitindo que os profissionais de saúde que o façam estejam aptos a aplicar estes mesmos princípios com total segurança em seus pacientes. Tenho um tipo de curso avançado, voltado aos médicos e profissionais de saúde e um básico, para o público interessado em geral. A carga horária e o entendimento são semelhantes, mas diferencia-se na densidade das informações. Assim sendo, posso formar médicos, nutricionistas, enfermeiros, farmacologistas, dentistas e fisioterapeutas que possam orientar agentes de saúde igualmente formados em uma nova prática de medicina. Este ano inicio a validação do curso frente ao Ministério de Educação. Em dois anos terei o livro texto, com o mesmo nome.

- Como surgiu o interesse pela nutrição?

A grade curricular dos cursos de medicina sequer menciona a nutrição como parte do ensino médico. Foi em um curso de verão em Nutrição Aplicada, com a saudosa Prof. Gabriela Saraiva, na Universidade de Brasília, que despertei para o fato. Vinte anos mais tarde, no Rio de Janeiro, conheci os projetos Biochip, na PUC e Terrapia, na Fiocruz. Meses depois, tinha em mãos sete livros do Dr. Gabriel Cousens. Foi quando percebi a apresentação madura de uma nova ciência. O interesse do médico pela nutrição deveria ser inerente à sua própria profissão, pois Hipócrates, o pai da medicina ocidental, postulava que a cura das doenças viria em sua maior parte pelos alimentos

- Como funciona o projeto Oficina da Semente?

A Oficina da Semente começou na Lapa. Saía do departamento de endoscopia ou da sala de aula de fisiologia e encontrava-me com meus assistentes para finalizar o almoço vivo, que seria servido para uns 25 entusiastas por dia. O projeto deixou o Rio e migrou para Campos do Jordão, onde foi aplicado no Programa de Saúde da Família, coordenado pela UNIFESP. Atualmente fomos adotados pela Prefeitura de Osasco, onde o projeto se desenvolveu em sua plenitude. No ano passado educamos 900 habitantes de Osasco e São Paulo em princípios básicos se saúde e alimentação viva

- Você acredita que a alimentação equilibrada e hábitos saudáveis, sejam a melhor forma de manter a saúde em dia?

Todos os que participam da Oficina da Semente ou do curso "Bases" aprendem que podemos não apenas manter a saúde, mas reverter doenças instaladas. Entre os hábitos saudáveis, a yoga e a meditação foram incluídas nos cursos, por mim mesmo, com o apoio de profissionais

- O que acha da frase do filósofo grego Hipócrates "Faça do alimento seu medicamento"?

Esta frase tem uma nova tradução "There is a Cure for Diabetes" (Existe Cura para o Diabetes), do Dr. Gabriel Cousens, que coordena nos Estados Unidos, Israel e agora na Nicarágua o Tree of Life (Árvore da Vida). Uma frente será formada para que a epidemia de diabetes e obesidade, que atinge hoje 250 milhões de adultos no mundo, e avança entre as crianças, possa ser corrigida e revertida pela alimentação viva. É a validação completa deste método de saúde.

- Você acredita que apostar cada vez mais no alimento e menos no medicamento, seja uma tendência mundial?

Sim, é uma frente mundial. Temos um terreno biológico, homeostático em sua bioquímica e microbiologia. Com a alimentação contemporânea, rompemos todo equilíbrio desse terreno biológico, descrito por Claude Bernard (o pai da homeostasia) e Antoine Béchamp. Isto está por trás de todas as doenças degenerativas e mesmo infecciosas que temos notícia. Após uma palestra para médicos em Heidelberg, na Alemanha, percebi, na discussão, que mesmo em países com recursos de saúde e alimentação ótimos, os médicos estão atuando em doenças que poderiam ser revertidas em grande parte pelos alimentos.

- Por que "Lugar de Médico é na Cozinha"?

É um nome provocador, mas na verdade um convite para uma mudança cultural no enfoque da medicina. O quadro de saúde no Brasil e no mundo passa por uma mudança cultural, na obtenção dos alimentos e na culinária que os prepara. A partir deste ano, teremos um programa de televisão, nada parecido com os convencionais, com o mesmo nome. O Mundo Verde está convidado a participar.

- Essa interação com os alimentos ajuda na hora de orientar os pacientes?

A culinária, o estar em volta de mesas preparando alimentos, evoca uma imagem saudosa de família. Nossos cursos despertam nos participantes a sensação da existência de uma família humana. Isto é muito mais que humanização da medicina. É uma transformação cultural, onde os valores essenciais do homem são despertados.

- Qual a sua opinião sobre o mix de produtos das lojas Mundo Verde?

Prefiro comentar sobre a instituição Mundo Verde, que surgiu pela vontade de uma médica, de transformar a saúde do homem e do planeta, sonho este que compartimos. O sucesso empresarial é evidente. Acho que o espaço está criado para uma expansão na área culinária e de feirinhas orgânicas. A Oficina da Semente está disposta a colaborar com esta expansão, naquilo que sabe fazer: ensinar.

- Costuma fazer compras nas lojas da rede? Em qual loja?

Quando morava no Rio, fazia compras na loja da Visconde de Pirajá. No estilo bem carioca, conhecia os atendentes e a nutricionista. Na época eu produzia grama de trigo no sítio Nirvana e fazia entregas nas filiais de Ipanema. Mas foi por pouco tempo. Agora em São Paulo, estou trabalhando em Alphaville e Osasco, que não tem lojas Mundo Verde, por enquanto.

- Quais dicas você pode dar para que as pessoas cuidem mais da saúde?

Um dizer do meu mestre Gabriel Cousens: "Não coma para viver, não viva para comer, mas alimente-se de uma maneira a aproximar-se do divino que existe em você"

PERFIL
Nome completo: Alberto Peribanez Gonzalez
Uma boa alimentação deve ter: Energia vital
Hábito de vida saudável: Yoga e meditação
Pecado gastronômico: A pizza "gourmet", de massa finíssima, do Pier Paolo, em Campos do Jordão
Mania de médico: Passar horas na biblioteca-templo da Fiocruz, em Manguinhos (RJ)
Nas horas vagas gosto de: Brincar com minhas filhas

11/09/2010

Sopa Viva de Abóbora

Ingredientes:
abóbora, chicória, almeirão, água de coco, missô, curry, limão, gengibre e azeite de oliva.


Preparo:
Bata tudo no liquidificador e bom apetite.

10/09/2010

Tudo faz parte

"Ninguém é culpado de nada porque tudo o que existe é parte do UM, de uma grande unidade. Até a doença é a parte da cura. Se a pessoa ficou doente é porque a doença veio mostrar para ela que algo precisava ser relembrado, que estava esquecido”


Alberto Gonzalez, um médico que vive na cozinha

Fonte da figura: aqui

08/09/2010

Teoria Terreno Biológico x Teoria do Germe

isputa entre dois conceitos:

Teoria do Germe: um germe qualquer entra num organismo age, se prolifera e causa doença.

Teoria do Terreno Biológico: baseado na homeostasia, ou seja, equilíbrio.

Carta que dirijo à Neurologista Suzana Herculano

Carta que dirijo à Neurologista Suzana Herculano Houzel em resposta ao seus comentários depreciativos sobre os alimentos vivos na reportagem da Folha, em 7 de setembro de 2010.

Para ver a reportagem da Folha de São Paulo: clique aqui

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Querida colega,


Li seu comentário na Folha sobre os alimentos crus e lamentei a referencia sobre Richard Wrangham, um cientista cujos resultados são totalmente contestáveis. Wrangham faz apologia favorável à indústria alimentícia. Se em alguns momentos da história da humanidade o cozimento serviu como alavanca para um suposto progresso material, faz-se óbvio perceber que hoje o cozimento - que é a base da massificação do uso das farinhas, do amido, do açúcar e da gordura hidrogenada - é peça chave na degeneração epidêmica que assola nossa população, principalmente quando falamos da renda mais baixa. Estes alimentos provém da mesma industria alimentícia que apoia os estudos deste controverso pesquisador (inclusive rejeitado por grande parte da comunidade de antropologia, principalmente pela forma superficial e leviana com que pesquisa e aborda os temas).

Lamento que você, sendo neurologista, que conheci pelo livro Cem Bilhões de Neurônios e por algumas reportagens do Fantastico (lamento quase não vejo TV), não possa defender um tipo de alimentação que dá o verdadeiro suporte ao cérebro; Os alimentos vivos fornecem em plenitude os óleos essenciais e vitaminas lipossolúveis fundamentais na estrutura e função cerebral. Alguns alimentos, como a semente de alpiste germinada, a linhaça hidratada e a semente da cannabis são os melhores fornecedores da dupla Omega 3-6 em suas proporções mais adequadas.

Nossa população está em falência de neurotransmissores, deprimida, ansiosa e fatigada, por não receber em suas dietas os tão fundamentais precursores dos neurotransmissores tirosina, 5-HT, glutamina e tantos outros, que estão presentes em frutos básicos como a banana ou em castanhas. O brasileiro come mal, come amido e salsicha.

Uma opinião negativa originada de uma colega tão influente provoca um banho de água fria no hercúleo trabalho que desenvolvo de fortalecer e disseminar as bases de uma alimentação mais crua e orgânica para nossa população.

Será de bom valor que pesquise um pouco a bibliografia de Gabriel Cousens, que vem ao Brasil em maio de 2011, para lançar os livros Nutrição Espiritual e Existe Cura para o Diabetes. sim existe cura em 57% dos casos do tipo II e 37% dos casos do tipo I. Mais não posso expor em uma simples carta;

Espero que aceite minha crítica ao seu comentário e que se interesse, como pesquisadora aplicada que é pelos convincentes estudos sobre neurologia e depressão. Cousens apresenta a tese do cérebro bioquímicamente modificado que deveria fazer parte de qualquer currículo de medicina.

Aliás é a ausência absoluta do tema nas grades curriculares que determina a rejeição gratuita que muitos de meus colegas tem pelo tema. Mas estes dias estão contados.

Fique em Paz, e que esta Paz venha de sua mente em equilíbrio.
--
Alberto P. Gonzalez, médico
Alameda Araguaia, 1293, cj 304
Alphaville - São Paulo BRASIL
Tel. (11) 4195 4546

07/09/2010

As protitas

videoProtitas -  formas que se assemelham aos vírus de tão pequenos, essas partículas fazem parte do plasma (sanguineo), elas trazem equilíbrio, faz parte da estrutura coloidal do plasma, mas quando consumimos açúcar e amido em grande quantidade, essas protitas sofrem uma transformação mudando de caracteristica, se tornando seres microscopicos que geram bacterias e fungos no sistema. 

05/09/2010

Suco da Luz do Sol

Suco da Luz do Sol

Colocar para hidratar sementes de quinua ou girassol, durante 8 horas. Depois manter as sementes úmidas até a raíz brotar.

Colocar uma água de côco no liquidificador. Abrir o côco e raspar a polpa. Colocar 2 inhames com casca, e 4 ou 5 maçãs. Adicionar as sementes germinadas de girassol, quinua, gergelim preto ou branco.

Por último, adiconar folhas de couve e/ou folhas de morango e/ou folhas de cenoura e/ou capim de trigo.

Utilizar um biosocador (cenoura ou pepino) para ajudar a socar a mistura em direção à hélice do liquidificador.

Deixar bater por uns 4 minutos, até o suco ficar homogêneo. Depois é so coar em um pano fino. Está pronto o suco da luz, que substitui um café da manhã, limpa o sangue e melhora a disposição.

04/09/2010

Banquete Vivo

Banquete Vivo

 Palitos de cenoura com maionese de tofu e Castanha-do-Pará

03/09/2010

Almondegas de castanha do pará

Almôndegas de Castanha do Pará e Trigo Germinado

Colocar as sementes de trigo para hidratar por 8 horas em um recipiente de vidro. Depois escorrer a água e manter o trigo sempre úmido até a raíz brotar. Bater o trigo germinado em um liquidificador. Colocar em uma travessa.

Bater a Castanha-do-Pará hidratada em um liquidificador e adicionar à massa.

Adicionar o trigo para kibe hidratado, azeite, sal e um limão.

Misturar bem e fazer as bolinhas.

Levar ao forno por poucos minutos para não matar as sementes.

Sugestão de acompanhamentos: molho de tomates orgânicos com uva passa e tomate seco.

02/09/2010

Pão Essênio

Pão essênio

Colocar as sementes de trigo, gergelim branco, gergelim preto, quinua e linhaça para hidratar.

Bater as sementes de trigo germinadas em um liquidificador.

Colocar em uma travessa, adicionar as outras sementes germinadas, azeite e sal marinho.

Misturar bem até que a massa fique homogênea.

Estender a massa e levar ao forno desligado pré-aquecido por 20 minutos.

Servir com pasta de tofu com alho, pasta de abacate, pasta de tomate, pasta de tofu com tahine, pasta de grão-de-bico ou pasta de amendoim.

01/09/2010

Consumo de amido e açúcar - problemas

video

Consequências de consumir muito amido e açúcar observadas diretamente no sangue.

Torta de Castanha do Pará

Torta de Castanha do Pará com Figo e Maracujá

Ingredientes:

Massa:
Amêndoas, gergelim, trigo germinado e 1 colher de mousse de manga.

Cobertura:

Cobertura 1-Mousse de manga: uma manga, um maracuja, dois cardamomos, uma colher de linhaça e uma pitada de sal.

Cobertura 2- 1/2 copo americano de ameixa seca (sem caroço), 1/2 copo americano de figo seco (hidratado), 1/2 copo americano de água de coco e figo fresco para enfeitar.

Preparo:

Em um liquidificador bata: amêndoas, o gergelim e acrescente aos poucos o trigo germinado; reserve.

Faça a Mousse de manga: Bater no liquidificador todos os ingredientes da Cobertura 1.

Em uma tigela coloque a massa e acrescente 1 colher da mousse de manga. Cubra com o restante da mousse, acrescente a segunda cobertura e finalize com figos frescos.