30/05/2011

Pingo





Pingo
 
 
O nome dele é Pingo, um simpático e inofensivo vira-latinha, que passamos a criar desde a chegada de Seu Marcos, meu sogro. Pingo cuida da casa, com seus latidos estridentes à aproximação de alguma pessoa estranha. Tudo o que ele mais gosta é passear livremente pela calçada na frente de casa. Percebendo que ele sempre voltava depois de passeios pelas ruas e um terreno baldio na frente de casa, adotamos este hábito de soltá-lo, sem maiores problemas. Afinal estamos em uma cidade do interior. Sendo ele um câozinho muito sociável e esperto, ficava aguardando à frente do portão, ao fim de seus passeios.
  
Um dia ele não voltou. Sabíamos que ele estava muito alerta com a presença de uma cadelinha no cio, e obviamente queria ser um dos agraciados com um encontro amoroso. Mas chegou a noite e ele não veio, deixando-nos preocupados. No dia seguinte veio a notícia: pingo havia sido atropelado, em via pública da cidade, onde circulam pedestres, crianças e ciclistas, por um carro de vidros escuros que estava em alta velocidade. O motorista esmagou as pernas traseiras e a cauda do cachorrinho, que gania esfacelado no meio da rua. Após seu expediente hiper agressivo, o facínora nem se dignou a parar, desaparecendo em sua egoísta alta velocidade.

Depois disso, ele foi parar em uma ONG, a Adocão de Capão Bonito, que cuida de cachorros que estão na rua, sem dono. Foi pelas mãos de Pedro e Nadir que Pingo teve sua vida salva. Eles acionaram a Adocão. A seguir, o cachorrinho foi operado pelo veterinário Dr. Renê que desarticulou os ossinhos, fazendo as amputações. Agora Pingo é mais um mutilado da guerra do transito. Perdeu a perninha traseira e parte do rabo. Nossa gratidão a estes cidadãos e profissionais, pois sem eles Pingo estaria morto.

Tamanha agressividade em um acidente dentro da área urbana, nos faz pensar sobre a segurança que temos ao andar por pacatas ruas de uma cidade do interior, com maníacos como este trafegando seus bólidos, sem a menor noção de consequência.

Certo dia, estava eu dirigindo na Via Dutra, entre Rio e São Paulo, a 120 km/h (média permitida nesta via expressa) e vi um cachorrinho branco entrar na pista e atravessá-la, sem a menor noção de perigo. Imedatamente reduzi a velocidade, ativando o pisca alerta e alertando outros motoristas, que tambem reduziram, permitindo que o inocente cachorrinho saísse ileso de sua incursão à via de alta velocidade.

Mas o que aconteceu com o Pingo foi exatamente o contrário. Foi atropelado a 90, 100km/h em uma pista urbana de velocidade máxima permitida de 50km/h. O malvado viu o bichinho, sequer teve a consciência de reduzir ou frear, esmagou-o com sua carroça de lata e nem pensou em dar assistência ao animalzinho.

Fico tambem refletindo na quantidade de multas que colho entre São Paulo, Capão e outros locais, por haver passado a meros 60km/h em uma via onde não se via a placa de 50km/h, ou na estrada, por andar a 120 km/h em uma pista permitida para 110 km/h, sinalizados em uma placa súbita que passou desapercebida. São muitas centenas de reais que acabo deixando para o sistema de trânsito, além das penalizações de muitos pontos na carteira.

Penso como o mesmo sistema de trânsito permite que alcoólatras embriagados, psicopatas com distúrbio maníaco e falsos machos que se afirmam usando suas tralhas de lata, como uma extensão de seus egos, trafeguem livremente. O que faz com que eles possam trafegar em velocidades inimagináveis dentro da área urbana, causando tragédias que envolvem famílias inteiras, cidadãos e usuários corretos?

Que eficiência tem o sistema nacional de trânsito de tirar das ruas estes doentes de volante na mão? Por que somos tão frequentemente punidos e obrigados a pagar caro por bobagens e eles desfilam sua arrogância e impunidade, pelas ruas do Brasil, assassinando e mutilando inocentes, sejam animais, crianças, idosos ou trabalhadores?

Será que somos "mais fáceis de pegar e autuar" que eles?

Fonte: oexpresso


Alberto P. Gonzalez, médico
www.doutoralberto.com



--
Alberto P. Gonzalez, médico
Alameda Araguaia, 1293, cj 304
Alphaville - São Paulo BRASIL
Tel. (11) 4195 4546 / 4500

11/05/2011

Dinossauros cabeça

DINOSSAUROS CABEÇA

O palco era alto, no Minas Tênis Clube de Brasília. Era o ano de 1984. Celular era novidade, eu achava bem avançado ter um "bip" e uma máquina de datilografar elétrica. Computador era coisa de centro de pesquisa. Estudava medicina na Universidade de Brasília e trabalhava à noite no Ministério da Educação: profissão digitador. Tinha uma moto Garelli 50 cc e ralava muito. Com todo esse currículo, me dava ao direito de ser ousado culturalmente. Em uma Brasília ainda desértica e empoeirada, vivendo os estertores da ditadura militar, procurava sempre alguma atração cultural em teatro, cinema ou música.

Foi em um programa do Chacrinha, ancestral do Faustão nos domingos, que vi pela primeira vez os artistas que haviam composto "Sonífera Ilha", que curiosamente ouvia em um gravador de fita cassete, "por isso colo meu ouvido no radinho de pilha". Assistia na época a músicos excepcionais, pois Brasília, com seus eventos culturais, sempre atraía artistas alemães, americanos e franceses, fora de circuito. Gostava de cinema russo e polonês, filmes do Woody Allen ou Herzog, que assistia na Casa de Cultura e no Cine Brasília.

A batida dos Titâs do Iê-Iê "colou" no meu ouvido mais que o radinho, e aguardava ansiosamente ver de perto aqueles caras que cantavam furiosamente e se mexiam como epiléticos. O palco estava vazio e surgia dele um som estranho, uma fonia, que antecedia o clima do show. O movimento forte entre os jovens era o "punk" e apesar de não usar moicanos, carecas ou roupas pretas, me identificava com aquela energia, meio sinistra, meio esquisita.

O show estava pra começar, e minha cabeça girava, viajando no que estava por vir. Eram de São Paulo, metrópole, eram punks descabelados e agressivos, eram poetas, eram cabeça pra caramba. Aí eles foram entrando, com uma luz fria por trás, mal se viam, o público gritando, assoviando. Nesta época não haviam efeitos, os efeitos mais fortes emanavam da força criativa que os artistas irradiavam. E os Titãs tinham isso em excesso. Havia uma tensão que precedia o estouro. Arnaldo Antunes, com as fontes raspadas qual um paciente psiquiátrico após uma sessão de choques elétricos, estava parado frente ao microfone, narcotizado, sequelado. Ao lado dele Branco, branco como o nome, esquálido, com óculos escuros, Sérgio Britto, Paulo Miklos, Nando Reis, Marcelo Fromer e Tony Belloto. Na bateria vestindo um louro platina, estava o devastador baterista André Jung. Nem sei se tinha mais alguém, eram oito ou nove, dos quais seis vocalistas! Eram os Titãs.

O baterista bateu as baquetas e a meia dúzia de lunáticos começou a gritar AA UU AA UU AA UU! As guitarras começaram a sincopar, o baixo fazendo o ginásio tremer, e os três vocalistas principais movimentavam-se velozes e furiosos no palco vociferando: "Estou ficando louco de tanto pensar".e de repente a bateria entra com todo o peso. Ahhhh! Era rock, como nunca tinha ouvido antes. Alguns anos depois, assistiria a algo parecido em Londres ou no grupo de teatro catalão Fura dels Baus. É bom ouvir algo primal, primitivo, gutural. Gosto deste som, assim como gosto de ver um quarteto de cordas executando uma fuga de Bach.

Cultura é uma viagem mesmo. Muitos anos depois, em uma fria noite de maio, tinha um encontro marcado com os Titãs. Tanto tempo passou, foram pegos com drogas (ai, as drogas), o Arnaldo seguiu carreira solo, o Fromer engrossou a lista das mortes estúpidas no violento trânsito de SP. Tanta coisa, se fosse íntimo deles diria também quantas coisas me ocorreram, tantos encontros e despedidas. Respeitando a minha idade, havia dormido até a meia noite. Como moro na Rua Coronel Ernestino, estava bem próximo do palco. Lavei o rosto e fui caminhando, entrei pelo portal gratuito e caminhei entre centenas de pessoas até bem perto do palco.

Meus colegas de irreverencia e rebeldia estavam no palco, ainda fortes e impressionantes. Paulo Miklos, agora ator e agente de cinema, estava encarregado de abrir a festa. Todos mais mansos, mais calmos, menos bichos escrotos, mais conscios de seus filhos em casa, da vida por viver, como qualquer um de nós. Já não eram mais os Titãs dos anos oitenta e noventa. Não eram mais os Cabeça Dinossauro, vociferando contra a hipocrisia de um mundo careta e dominado. Competentes, poderosos ainda, executando com perfeição e impacto seus hinos iconoclásticos.

Capão Bonito proporcionou o show da maior banda de rock da última semana, os Dinossauros Cabeça.

--
Alberto P. Gonzalez, médico
Alameda Araguaia, 1293, cj 304
Alphaville - São Paulo BRASIL
Tel. (11) 4195 4546 / 4500

www.doutoralberto.com

04/05/2011

Teça e aconteça, inverno 2011

Teça e aconteça, inverno 2011 no Pouso do Tapeceiro www.pousodotapeceiro.com.br de 23 a 31 de Julho.

Aproveitando as sugestões de pessoas que já participaram, vamos somar agora , a participação especial do Dr. Alberto Peribanez Gonzalez e de Maya Beermann . Vamos aumentar a atenção sobre a ALIMENTAÇÂO E SAÚDE e fomentar as trocas de informações sobre o assunto além de utilizar dos sucos verdes, leites da terra, grãos germinados, frutas secas, etc. A idéia é também energizar mais esta semana e contribuir para a saúde e alegria do corpo de forma gradual para que progressivamente possamos incorporar a Alimentação Viva ao nosso cotidiano .

Dividimos então nosso tempo em um quatro momentos que chamaremos de:

 ----"DESPERTAR" do Alvorecer até as 10 da manhã, ( Exercícios e Sucos da Vida )

---- NA sequência TECENDO A TEIA DA VIDA com o Dr. ALBERTO PERIBANEZ GONZALEZ E MAYA BEERMANN cujas práticas, extendem-se pelo horário do almoço, todos os dias do curso.

 ---- Após o almoço PASSEIO NA NATUREZA

 ---- Retorno ao Pouso e início de uma ATIVIDADE TEXTIL entrando pela noite finalizando com uma refeição para finalização do dia.

 A Participação do Dr. Alberto e Maya Beermann será conforme e descrito abaixo:

TECENDO A TEIA DA VIDA com ALBERTO P. GONZALEZ E MAYA BEERMANN - das 10 as 12h. ( na Terça - Quarta- Quinta e Sexta - Feira , dias 26, 27, 28 e 29 de Julho )

As práticas, com Maya Beermann e Alberto Gonzalez, extendem-se pelo horário do almoço, todos os dias do curso.

Teremos almoços diários com 80% de culinária viva (os 20% restantes, vegetarianos de sopas, raízes, grãos e hortaliças minimamente cozidos)

Primeiro dia - OFICINA CULINÁRIA COM MAYA BEERMANN

Como e porque ensinar culinária viva para a população (de qualquer nível de renda).
O "feijão com arroz da cada dia" e a "crulinária gourmet".
Como alcançar 80% de alimento vivo por dia

Aula prática:

Cheese Cake de Frutas Vermelhas
Preparo coletivo da Caldeirada de Frutos do Mato

Segundo dia - UM NOVO MODELO DE SAÚDE ESTRUTURADO NA NATUREZA

 A experiência viva de Capão Bonito (SP)
 Docente - como libertar-se das grades curriculares.

Bases Fisiológicas da Terapêutica Natural.

Uma visão do terreno biológico como base da saúde.
Como e porque ensinar medicina viva para os profissionais de saúde.
Assistencial - a cozinha como ponto de mutação
As dez oficinas culinárias.
Aspectos culturais. Como chegamos à sua cozinha.
O Programa de Saúde da Família e o Programa de Saúde da Terra
Estratégias de integração do cinturão agro-ecológico com a saúde da população.

Aula prática:

Fondue de chocolate com frutas da época
Preparo coletivo do almoço: Moqueca de Algas Argentinas

Terceiro dia - A ÁRVORE DA VIDA

Resgate dos ensinos originais dos essênios
Os princípios éticos essênios. Deus é Um. O Eterno Retorno.
O trabalho pela cura e pela revitalização do planeta e da humanidade.
A polaridade do feminino e do masculino e a Paz definitiva.
Celebração coletiva do ritual da Árvore da Vida dos Essênios
O Pai nosso que está no Céu e a Mãe nossa que está na Terra.

Aula prática:
Pão dos essênios e Mosto de Uva (preparo anterior).
A sagrada ceia de todos os dias

Quarto dia - OS SETE NÍVEIS DA PAZ
Criando a Paz sendo a Paz.
Paz com o corpo, a mente e a família. A trilogia básica pensamento-sentimento-ação.
Expansão da Paz: com a comunidade, com a cultura, com a Mãe Terra e com o Pai Celestial.
A cura definitiva de toda doença humana, a fitoterapia nutricional do cotidiano.

Aula prática:
Carnes e laticínios sem dor: queijos, iogurte e ricota de castanhas
Preparo coletivo do almoço: Brotos e germinados. "Espoleto" de abacate.

Esperamos estar na GAMBOA a tempo de assistirmos a Chegada das Primeiras Baleias e o Parto dos filhotes . No Ano passado elas chegaram na Gamboa em grande número. As primeiras a serem vistas nesta praia chegaram dia 24 de Julho. Vamos esperar que isto se repita ou que cheguem antes ainda.

Os Facilitadores das atividades têxteis serão o atual administrador do local, Henrique Schucman, Artista Têxtil, Professor , SONIA MOELLER professora e artista de mil técnicas, JANDIRA CARVALHO e PAULA KIRSTUS.

Em resumo, pretendemos que esta semana seja rica em experiências, interações, reflexões e divertimento usando a arma da arte têxtil.
Cada dia, uma proposta diferente.

O custo estimado é de R$ 100,00 por dia/pessoa. A diária inclui café da manhã, almoço, lanches, jantar e o pagamento de uma pessoa que fará a limpeza e auxiliará na cozinha.

O Pouso tem conexão Wireless para Laptop - quem precisar poderá trazê-lo - porém pedimos que seja usado dentro de um horário que limitaremos como “ horas livres”.

Com um grupo formado só com pessoas “bacanas”, presume-se que só teremos os problemas normais e resolvíveis.

Portanto, traga seu bloqueador e/ou protetor solar e anti-insetos ( Aqueles aparelhinhos anti-insetos elétricos com refil resolvem a questão).

Para chegar a Gamboa pode-se tomar Ônibus que venha pela BR101 , tanto do Sul como do Norte e descer no km 254(município PAULO LOPES). Daí até a Gamboa São 7,5 km. De São Paulo, pode-se tomar ônibus que vão a Tubarão p.ex: da Empresa Reunidas ou ir a Florianópolis( Qualquer Companhia) e da Rodoviária tomar outro ônibus, da Paulotur, para Garopaba, via Gamboa. De Avião, o aeroporto mais próximo é o de Florianópolis. Daí pode-se vir de Taxi, Van ( se o grupo for maior) ou ir até a Rodoviária e tomar outro ônibus. Dúvidas favor contactar.

Inscreva-se diretamente com o Henrique henriqueschucman@gmail.com tel: 00-55-48-9973-2103

Respondo as perguntas que vem chegando de várias pessoas, em um só e-mail.

Para possibilitar uma dinâmica boa, limitamos em 16 o numero de pessoas para o encontro mas o mesmo será realizado com um numero imprevisto desde que menor que 16.

A lotação da Pousada é para 50 pessoas , bem cheia.

A forma de confirmar a reserva é: 
 a) contactar para saber se ainda tem vagas e
 b) receber então os dados da conta para depositar 50%

Valor total da parte TEÇA E ACONTEÇA, 8 x 100,00 R$ = 800,00 R$.

Valor da parte do Dr. Alberto e Maya 4 Aulas: R$ 420,- Aula individual: R$ 140,-

Para quem for fazer o encontro completo Total 1200,00 R$ VALOR PARA DEPÓSITO DA RESERVA = 600,00 R$

Para quem for fazer parcial calcular a partir dos dados acima. Os moradores da área podem fazer só aulas ou o conjunto das aulas do Dr. Alberto e Maya Beermann. Dúvidas com Henrique 0xx-48-9973-2103 ( TIM ).

Como abrimos as inscrições ontem, no presente momento temos muitas vagas.

Se tiveres algum problema particular a esclarecer, podes consultar-nos diretamente.

O melhor é contactar por e-mail e poderemos responder imediatamente.


Para ver o local entre no site do POUSO www.pousodotapeceiro.com.br

Precisando telefonar use melhor o cel 0xx-48-9973-2103

Saudações Têxteis !

Henrique

Aí vão os dados que faltam para efetuar o depósito.

A data de Chegada oficial é sabado dia 23. Devido aos varios horários de ónibus e aviões de diferentes lugares faremos a primeira atividade oficial no por do sol do domingo ( 24 de Julho de 2010). A chegada será durante todo o dia para que todos possam arrumar os melhores preços de vôos ou ónibus e chegar sem apuros. Ocasionalmente alguns poderão chegar pela manhã do domingo pois há onibus que viajam a noite de Porto Alegre, Da Argentina e Uruguai ou do Norte . Não há problema também se alguém tiver que chegar no meio da noite.
O encerramento será no domingo com um café de despedida mas as atividades se encerrarão mesmo no sábado a noite. Havendo vontade e vagas os participantes poderão consultar sobre estadia no Pouso do Tapeceiro após o final do curso.

A Conta para depósito da reserva é:

BANCO DO BRASIL
HENRIQUE SCHUCMAN CPF 573.441.328-34
Agência 3674-9
Conta Corrente 9244-4
Valor : 50% Total = 600,00 R$

Favor avisar por e-mail após ter efetuado o depósito e consultar antes para saber da existência de vagas ( email ou 0xx-48-9973-2103)
Henrique

"No ano existem dois dias em que nada pode ser feito: um se chama ontem e o outro se chama amanhã. Portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente, viver". (Dalai Lama)

A cada dia que vivo, mais me convenço
de que o desperdício da vida está no
amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a nossa felicidade.

Carlos Drummond de Andrade

Secretaria cadastra produtores rurais

A Secretaria Municipal de Saúde de Capão Bonito está cadastrando produtores rurais que possuam certificado de produção orgânica para participarem do Projeto Alimentação Saudável do município.

Os interessados deverão comparecer no Setor Administrativo da referida Secretaria, situada na rua Marechal Deo-doro, nº 440, primeiro andar.

Segundo o médico dr. Alberto Peribanez Gonzales e a nu-tricionista Maya Beermann, coordenadores do projeto no município, o Alimentação Saudável já iniciou sua segunda fase em Capão Bonito.

“Formamos uma equipe, desenvolvemos as oficinas e formamos 120 alunos em apenas três meses, oriundos dos mais variados setores da nossa cidade. As oficinas no Ambulatório de Especialidades ainda estão em andamento e daremos início em maio as oficinas na vila São Paulo, atingindo vila Aparecida e todo o entorno rural. Em outra fase, estaremos direcionando as oficinas a grupos específicos, como escolas, asilos e pacientes e também envolvendo agentes de saúde. É preciso deixar claro também que não estamos aqui para criar conflitos entre orgânicos e outros produtos. A proposta não é essa. A proposta é levar saúde à população através de uma alimentação equilibrada e correta”, ressaltaram os coordenadores.

“Apesar do início positivo, estamos em um impasse. Todos os alunos que passaram por nosso curso sabem da necessidade de alimentar-se de rica oferta de hortaliças. Além disso, sabem que estas hortaliças devem ser orgânicas. O mercado de orgânicos está bem fragmentado em Capão Bonito, mas isso tem diversas razões. Em primeiro, a maioria ainda não acordou para o fato de ingerir diariamente venenos agrícolas. Está comprovada a relação entre o consumo de agrotóxicos e doenças das mais variadas, alérgicas, endócrinas, neurológicas, degenerativas e crônicas e mesmo o câncer. Os acidentes com os agricultores são muitos e subnotificados. Lesões na pele, vias aéreas superiores, he-patites fulminantes e morte. Os venenos agrícolas levam consigo a sombra da doença e da morte ao saudável ambiente da natureza.

Quando ingerimos estes venenos, recebemos diariamente pequenas doses que, no entanto, são cumulativas. Crianças, idosos, pessoas sadias e mesmo doentes internados recebem em suas mesas pequenas frações dos defensivos agrícolas, colhendo as consequências a curto, médio ou longo prazo”, destacou o médico.

Por isso o cadastramento de produtores certificados e interessados em fornecer produtos é muito importante.

Feira Orgânica e anel agroecológico

Em parceria com a prefeitura de Capão Bonito, o médico e a nutricionista também querem iniciar uma Feira Orgânica de Capão Bonito.

“Poderemos ter dentro da nossa cidade a opção de comprar hortaliças, pães, laticínios e outros produtos de origem animal que respeitem a natureza, como o mel e ovos, todos orgânicos! Nos grandes centros urbanos as feiras orgânicas já são uma realidade tangível, ocupando grandes parques e gerando emprego e renda para centenas de famílias de agricultores, que agora começam a formar um anel agroecológico ao redor das cidades.

Está em nossos objetivos também obter um preço que seja acessível aos compradores e interessante para os produtores.

Teremos as ‘cestas’ pagas antecipadamente, que garantam a renda do produtor e uma bolsa de produtos. A princípio pretendemos atender aos 120 alunos que já foram conscientizados pelo nosso curso e ficaram ‘órfãos’ de alimentos saudáveis’, ressaltou Peribanez.


Fonte: Jornal O Expresso

Programa de Saúde da Terra

Programa de Saúde da Terra

Já é parte do discurso em minhas palestras pelo Brasil, e pauta de atividades e reuniões com a Secretaria de Saúde de Capão Bonito: nosso município pode dar a largada em um modelo inédito em saúde da população: o Programa de Saúde da Terra.

Em nossa curta atividade no município, percebemos que os frequentadores de nossas oficinas culinárias aprendem as técnicas inovadoras de cozinha, ensinadas por Maya Beermann, mas caem em um mesmo dilema: como preparar o suco verde, a caldeirada e outros pratos que serão responsáveis por mudanças radicais na saúde da família? As feiras disponíveis, nas quintas, sábados e domingos, oferecem verduras, frutas e produtos agrícolas em geral que foram cultivados com o uso contínuo de venenos agrícolas. alguns feirantes informam que usam "pouco", "às vezes" e outros argumentos que não conferem segurança.

Nossa intenção é estimular que os feirantes de Capão Bonito possam converter suas terras em áreas livres de pesticidas e herbicidas, ganhem produtividade e lucros e permitam que seus valiosos sítios e terrenos tenham continuidade ecológica, garantindo ainda melhor saúde de seus familiares e entes queridos.

Para tanto, estamos organizando uma feira orgânica, que tem por objetivo fornecer produtos agrícolas de baixo custo e sem venenos para os integrantes das oficinas culinárias.

Teremos por exemplo, a cesta básica, de baixíssimo custo, e que contém folhas de abóbora, chuchu, milho, cana, beterraba, cenoura, dente de leão ou serralha do mato, trevo e outros produtos de extrativismo como folhas de amora ou abacate, com fins terapêuticos. O frequentador do programa culinário irá até a feira apenas para buscar suas cestas, já encomendadas e pagas a baixo custo.

Isto permitirá que famílias de baixa renda possam preparar o fundamental suco verde e fazer uma virada na saúde. A feira também disponibilizará os demais produtos de horta, como abóboras, abobrinhas, brócolis, couve, chicória, milho, rabanete, jiló, quiabo e dezenas de produtos orgânicos que poderão ser adquiridos pelas mesmas famílias e famílias com maior renda.

A secretaria de saúde já deu início aos contatos para a realização da feira orgânica. Mas precisamos do apoio de vocês leitores, assim como o de nossos alunos, para validar oficialmente a feira, que sem sombra de dúvidas representará um impulso cultural e de saúde aos nossos cidadãos.

Os agricultores interessados em certificação orgânica e conversão para o cultivo orgânico devem nos procurar.

Afinal, "Capão Bonito é mais Saúde!"

Alberto P. Gonzalez
Clínica Médica e Saúde Pública
Tel. (015) 3542 3878 - 9639 3071


Fonte: Jornal O Expresso